Wednesday, April 27, 2005

Como estragar um Domingo

Na nossa família já há muito anos que o dia de Domingo, é o dia de desopilar o fígado.
Num Domingo de verão do ano passado, íamos para a praia, como fazemos sempre que está calor
Então às 9.00h, como de costume, metemo-nos no carro eu, a minha Engrácia, a minha filha adolescente Vanessa Vanessa, o meu filho Jorge Vítor que tem 10 anos e o Jardel, o nosso cão que, ao contrário do jogador que me inspirou para lhe dar o nome, se manteve sempre fiel à família. Já decidi quando o senhor nos levar o nosso querido Jardel, o próximo jeco que tiver vai se chamar Pinto da Costa ou Reinaldo Teles porque, vocês não sabem as vergonhas que passei quando o Jardel foi para o Sporting. Quando ia na rua chamava-lhe sempre jeco, porque tinha medo de o chamar pelo nome.
Quanto ao nome da minha filha devem estar a pensar: - Aquele filho da P**a, está bêbado!! O cabr** nem sequer sabe escrever o nome da filha. Não senhora, nossa senhora de Aldoar é testemunha que ainda não toquei numa gota de álcool, apesar de ser meio dia!
Não! A história do nome da minha filha é assim: Ela foi a primeira e então desde o momento que soubemos da gavidez, eu e a Graacinha começamos a pensar no nome para lhe dar. Eu, desde o primeiro minuto disse logo que gostava que ela se chamasse qualquer coisa Vanessa, porque acho que é um nome à artista. Ao principio pensei em Cátia Vanessa, depois em Sofia Vanessa, depois Cláudia Vanessa, até que dei com o nome perfeito – Priscila Vanessa. Imaginei-me logo, sentado no cinema e ler na tela Strarring - Priscila Vanesssa. Mas a minha mulher embicou que a rapariga devia ter só um nome, porque agora é fino ter só um nome. Como já me conhecia, aproveitou estar grávida e com ameaças que podia perder a criança, fez-me prometer que a nossa filha teria só um nome. E eu assim o fiz, ficou só com um nome, duas vezes. Daí o nome Vanessa Vanessa.
Quando ficou grávida do chavalo, já não fui em futebois, disse-lhe logo que o puto se ia chamar Jorge Vítor (em homenagem ao Jorge Costa e ao Vítor Baia), quer quisesse, quer não. E disse-lhe mais, disse-lhe “ai de ti que percas a criança, que te empavio já p´ra casa da tua a mãe!!”. Olhem o puto nasceu perfeitinho, graças a Deus e gosta muito do nome!
Mas voltando ao que interessa, entramos para o carro, liguei o rádio, desci os vidros e quando vou a arrancar, a minha Engrácia sai-se com uma ideia genial:
- Oh Xico, e se hoje, em vez de irmos pelo caminho normal fossemos experimentar a auto-estrada? E eu, burro!!!, pensei: vamos lá fazer a vontade à patroa.
Arrancamos e lá fomos pela auto-estrada. Ora, já que íamos pagar para andar na auto-estrada, então fiz com que o dinheiro fosse bem gasto e aproveitei para dar um esticão ao carro. Apesar de velhinho, andou ali a 170 que foi um luxo!. Claro, à velocidade que fomos e sem as bichas, ou melhor as filas da estrada Nacional, chegámos lá às 9.30h. e como ainda era cedo, foi fácil estacionar o carro na marginal. Estacionamos o carro e como de costume demos o nosso passeio pela marginal, O pedy-Papper como lhe chamamos, porque enquanto passeamos a Engrácia conta as gaivotas, vê as ementas dos restaurantes, conta os guarda–sois da praia, enfim farta-se de falar mas eu nem ouço porque só tenho olhos para as febras estendidas ao sol na praia. Habitualmente começamos o pedy-papper à hora que nesse dia acabamos, por isso quando chegamos ao carro já é uma e meia e vamos para o restaurante, que a essa hora já está a abarrotar. Nesse dia, como acabamos a caminhada mais cedo, fomos até á esplanada. Com o calor que estava e com a panorâmica fio dental-topless, as bujecas até estalavam. Ao meio dia já tinha emborcado meia dúzia e galado uma mão cheia de galochinhas. Claro!! O trambolho da patroa foi logo atacada por uma ciumeirite aguda e pôs-se logo a dizer que estava com fome e queria ir comer. Como era fim de semana e não queria discutir lá fomos ao CRISTA DO MAR, que é um restaurante que fica na marginal e que serve o melhor frango assado da zona. P´ra mim não há melhor refeição que estar sentado junto à janela, a ver o mar e a comer uma boa coxa de frango.
Chegámos ao restaurante era meio dia e meia hora, por isso ao contrário do costume arranjamos logo mesa, como lá a comida está sempre a sair, fomos logo servidos, tomar o café e o bagaço foi num abrir e fechar de olhos e à uma e meia já tinham corrido conosco e já estavam outros marmanjos a morfar na nossa mesa.
Nos outros fins de semana como chegamos ao restaurante quase às duas horas temos que esperar por uma mesa, depois como está cheio demoram a servir, o garçon, como anda sempre a carregar com travessas de frango, só trás a conta quando lhe pergunto pela mãe, ou seja quando lhe digo: - Ó filho de P**a!!, o cara**o da conta vem ou é preciso ensinar-te a fazer contas?
Com tudo isso, saímos sempre por volta das três e meia, depois vamos devagar a fazer a digestão até ao carro, aí abrimos todas as portas (se estiver bem disposto também levanto o capôt para arejar os cavalos), reclino o meu assento e enquanto a mulher faz renda, o filho joga com os tazos e a filha lê a Maria, tiro a minha sesta e ouço o relato da bola.
Dessa vez, fiz a mesma coisa, mas a bola só começava às quatro e sem o relato não conseguia fazer a sesta. Virei p´ra um lado, virei p´ro outro, ma s dormir?! tá queto!!
Desesperado disse ao João Vítor para ir buscar o jogo da petanca que ia jogar com ele. Começamos a tentar arranjar o sítio para jogar, mas estava difícil, no passeio havia muita gente e não podíamos jogar sossegados, na praia não podia ser porque depois sujávamos o carro de areia. Até que descobri o local ideal, a rotunda. Era grande, toda relvada e assim não se estragavam as bolas. Quando estávamos a acabar o terceiro jogo apareceu a bófia, a dizer que não podíamos estar a jogar ali. Passei-me logo dos carretos! Mas não podíamos estar a jogar ali porquê?!! Diz-me ele, armado em dono da praia, que era porque podíamos acertar em algum carro e que estávamos a estragar o jardim! Podíamos estragar um carro?!! onde já se viu !!! a rotunda é grande e ele pensava que quê?!! Que um puto de 10 anos é o Moamed Ali?!! E por causa do Jardim!!! Aquilo era só erva Car**o!!! Lá na minha terra se um gajo está três dias sem tomar banho até lhe cresce daquilo no co**ões!!!
Claro, que o mandei lamber sabão. O homem achou que eu tinha faltado ao respeito à autoridade e enfiou-me com os cornos na esquadra a tarde toda. Só vim embora à noite porque a minha mulher lhe pediu pelas alminhas. Cheguei a casa já era quase meia noite, não ouvi o relato e vou ter que ir a tribunal responder pelos insultos à autoridade.Conclusão! Uma merda de um Domingo só porque deixei a mulher escolher o caminho para a praia!!!
Por isso, a partir desse dia só a deixo decidir uma coisa: se é p**o ou se é Bro**e!!!

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home